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Professor, Advogado, Especialista em Direito Constitucional pela Escola Paulista de Direito, Pós Graduado em Direito Constitucional e Administrativo, sócio fundador da Peres e Almeida Advogados Associados, sócio fundador da Bait Iehuda Condomínios, Membro do GEA - Grupo de Estudos Avançados do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, fundador e Conselheiro Vitalício do IPAM - Instituto Paulista dos Advogados Maçons

sexta-feira, 18 de março de 2011

Domingo é Purim, vamos cantar, dançar e celebrar!!!

Tempo de alegria
Existem muitos Hamans, mas só um Purim
Provérbio judaico

Purim é a data mais alegre do calendário judaico, a festa das crianças. Comemora com muita algazarra a vitória dos judeus da Pérsia – o atual Irã – contra uma tentativa de aniquilação encabeçada pelo vilão Haman, ministro do rei Achashverosh (Assuero). Os heróis são a rainha Ester, esposa judia de Achashverosh, e seu tio Mordechai, líder da comunidade judaica.

O nome da festa tem origem na palavra hebraica “pur”, sorteio, método usado por Haman para escolher a data de exterminação dos judeus daquele país. E a história se passa em Shushan, antiga capital persa, por volta de 550 anos antes de Cristo, no tempo do exílio babilônico, entre a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém e a construção do Segundo Templo.
Segundo a Meguilat Ester, o livro de Ester na Bíblia, tudo começou com a decisão do rei Achashverosh de transferir a capital do império, da Babilônia para Shushan. Ele preparou uma grande festa para comemorar a mudança e ordenou que sua esposa, a rainha Vashti, desfilasse para mostrar sua beleza a todos. Mas Vashti recusou e o rei a expulsou da cidade.
O tempo passou e Achashverosh caiu em depressão. Seus conselheiros sugeriram que ele escolhesse uma nova esposa. O rei gostou da idéia e ordenou que as mais belas jovens, selecionadas em todo o império, fossem levadas a Shushan. Lá, ele escolheu Ester, que escondeu sua origem judaica por sugestão de seu tio Mordechai, para não irritar o rei. 

Mordechai conquistara a confiança de Achashverosh ao relatar-lhe uma conversa entre dois eunucos, no palácio, sobre um plano para matar o rei, que, ao saber disso, mandou executar os conspiradores. O problema é que isso provocou a ira do poderoso ministro Haman.
Utilizando sua influência, Haman conseguiu convencer o rei de que os judeus, que tinham costumes diferentes, conspiravam contra o trono. Achashverosh assinou então um decreto ordenando o extermínio de todos os judeus persas em um só dia: 13 de Adar, no calendário judaico, escolhido em um "pur", sorteio. Além disso, uma noite, Haman cruzou com Mordechai, na rua. Como a tradição proíbe que os judeus se curvem diante de qualquer homem, Mordechai não obedeceu a uma lei que obrigava todos a reverenciarem o ministro. Com mais raiva ainda, Haman mandou construir uma forca especialmente para executá-lo.

Mordechai, então, orientou Ester a contar ao rei que era judia e que em breve seria assassinada junto com seu povo. Na véspera do jantar em que Ester revelaria a Achashverosh sua origem, o soberano não conseguiu dormir. Para distraí-lo, seus servidores leram uma parte da crônica de seu reinado: era exatamente o trecho que contava como Mordechai salvara sua vida.

 Ele decidiu recompensar o líder judeu e, no dia seguinte, pediu ao ministro Haman uma sugestão sobre o que deveria fazer para homenagear um grande homem. Lisonjeado, Haman achou que seria o felizardo e propôs ao rei que desse ao homem as vestimentas reais e que este fosse conduzido em um lindo cavalo, por toda a cidade.

O rei gostou da idéia e pediu a Haman que conduzisse Mordechai, a cavalo, pelas ruas de Shushan. Na mesma noite, a rainha lhe contou que era judia e pediu que poupasse seu povo. O decreto de Haman foi revogado e o extermínio não aconteceu. Humilhado, Haman teve que presenciar a vitória de Mordechai e, com ele, de todos os judeus persas. O ministro terminou morto na forca que erguera para Mordechai e o dia 14 de Adar, um dia após a data planejada para o massacre, foi escolhido para comemorar Purim. Anos depois, o rei persa Dario, filho de Achashverosh e Ester, autorizou os judeus a construírem o Segundo Templo.

História 
Há muita polêmica sobre a história de Purim, que é questionada por numerosos  historiadores. Há quem diga que Achashverosh seria, na verdade, o rei persa Artaxerxes I. Mas a tese esbarra na cronologia, uma vez que ele viveu depois da construção do Segundo Templo, concluído em 515 A.C. Nesse caso, a hipótese mais viável é que Achashverosh seria Cambises II. Ele nasceu em data desconhecida, reinou até 522 A.C. e foi sucedido por Dario I, imperador entre 521 e 486 A.C., que autorizou a construção do Templo.




Parashá da Semana

Na antiga Pérsia, um judeu chamado Mordechai recusou-se a se ajoelhar diante do ministro Haman. Por este motivo, o governante decidiu aniquilar todos os judeus do reino.
No judaísmo somos proibidos de nos prostrar diante de qualquer foto, estátua ou pessoa. Devemos reverência apenas ao nosso único Deus, criador do céu e da terra.
Tenho a impressão de que a recusa de Mordechai de se curvar diante do ministro persa é ainda mais significativa. Diversas tragédias mundiais aconteceram porque populações curvaram-se aos seus líderes mesmo quando esses estavam completamente equivocados.
Catástrofes mundiais poderiam ter sido evitadas se o cidadão comum tivesse a retidão de não se curvar. Se homens e mulher houvessem conseguido permanecer em pé quando ditadores exigiam que se ajoelhassem diante deles, muitas manchas na história da humanidade poderiam ter sido evitadas.
Acredito que a lição de Purim é mais do que atual. Devemos examinar nossas consciências todas as vezes que líderes exigem nossa reverência. Quando não concordamos com determinada situação, precisamos ter a coragem de Mordechai de não se prostrar e, ao invés disto, permanecermos retos, coerentes com nossas convicções e princípios.
Todos os dias, rezamos durante as bênçãos da manhã: “Baruch zokef kefufim”, bendito seja Deus que permite que os curvados fiquem eretos. Abençoado seja o Criador do Universo que nos permite manter nossa retidão mesmo quando outros se curvam a falsas lideranças. 
Que saibamos comemorar com muita alegria a Festa de Purim. E principalmente, que tenhamos a sabedoria necessária para nos mantermos coerentes com aquilo que acreditamos ser justo e correto. Que Deus conserve em nós, a benção de caminhar eretos. E que tenhamos a capacidade que teve Mordechai de nunca se ajoelhar diante daquilo que não acreditamos.

Chag Purim Sameach e Shabat Shalom. 
Rabino Michel Schlesinger

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