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Professor, Advogado, Especialista em Direito Constitucional pela Escola Paulista de Direito, Pós Graduado em Direito Constitucional e Administrativo, sócio fundador da Peres e Almeida Advogados Associados, sócio fundador da Bait Iehuda Condomínios, Membro do GEA - Grupo de Estudos Avançados do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, fundador e Conselheiro Vitalício do IPAM - Instituto Paulista dos Advogados Maçons

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Homenagens ao centenário de Marighella

Blog do Nassif

Por Webster Franklin
Da Carta Maior

Marighella é homenageado em São Paulo

Placas com o escrito “Alameda Carlos Marighella” foram colocadas por cima do nome original da rua (Alamaeda Casa Branca) onde Carlos Marighella foi assassinado, como um gesto simbólico, já que a própria ex-companheira dele, Clara Charf, 86, batalha para conseguir fazer esta troca oficialmente. No dia 5 de dezembro, em seu 100° aniversário de nascimento, um ato na Bahia deve marcar a sua anistia.
Reunidos no dia 4 de novembro deste ano, ex-companheiros de Ação Libertadora Nacional (ALN) e militantes de direitos humanos prestaram homenagem a Carlos Marighella na Alameda Casa Branca, em São Paulo. Lembrado como “comandante”, pela influência e importância que teve na luta contra a ditadura militar, Marighella foi lembrado com flores depois de 42 anos de seu assassinato pelas forças militares naquele exato local.
Placas com o escrito “Alameda Carlos Marighella” foram colocadas por cima do nome original da rua como um gesto simbólico, já que a própria ex-companheira dele, Clara Charf, 86, batalha para conseguir fazer esta troca oficialmente. No dia 5 de dezembro, em seu 100° aniversário de nascimento, um ato na Bahia deve marcar a sua anistia. A Carta Maior acompanhou a homenagem

USP - Voltando ao passado...

Infelizmente os menos avisados desconhecem a profundidade do que se discute na USP e reduzem a discussão sobre a liberdade de um campus Universitário, a insatisfação com a reitoria, a decadência do ensino à acusações de falsa moral. E ao sustentar suas opiniões desinformadas e carregadas de intolerância, apoiam o deslocamento de centenas de policiais militares que deveriam estar nas ruas zelando pela nossa segurança... Parece que estamos voltando a 40 anos atrás...


Shayene Metri: “Palhaçada organizada por policiais e alimentada pelos repórteres”

Desabafo de quem estava lá [Reintegração de posse]
site: www.viomundo.com.br

por Shayene Metri, postado no Facebook, sugestão de Cronópio

Cheguei na USP às 3h da manhã, com um amigo da sala. Ia começar o nosso “plantão” do Jornal do Campus. Outros dois amigos já estavam lá. A ideia era passar a madrugada lá na reitoria, ou pelas redondezas para: 1) entender melhor a ocupação, conhecer e poder escrever melhor sobre isso tudo;  2) estarmos lá caso a PM realmente aparecesse para dar um fim à ocupação.

Conversa vai, conversa vem. O tempo da madrugada passava enquanto ficávamos lá fora, na frente da reitoria, conversando com alunos da ocupação. Alguns com posicionamentos bem definidos (ou inflexíveis), outros duvidando até das próprias atitudes. A questão é: os alunos estavam lá e queriam chamar atenção para a causa (ou as causas, ou nenhuma causa)… e, por enquanto, era só. Não havia nada quebrado, depredado ou destruído dentro da tão requisitada reitoria (a única marca deles eram as pichações). A ocupação era organizada, eles estavam divididos em vários núcleos e tinham medidas pra preservar o ambiente. Aliás, nada de Molotov.

Mais conversa foi jogada fora, a fogueira que aquecia se apagou várias vezes e eu levantei a pergunta pra alguns deles: e se a PM realmente aparecesse lá logo mais? Seria um tiro no pé dela? Ela sairia como herói? Os poucos que conversavam comigo (eram uns 4, além dos amigos da minha sala) ficaram divididos. “Do jeito que a mídia está passando as coisas, eles vão sair como heróis de novo”, disse um. “Se eles vierem, vai ter confronto e isso já vai ser um tiro no pé deles”, disse outra. Mas, numa coisa eles concordavam: poucos acreditavam que a PM realmente ia aparecer.

Eu achava que a PM ia aparecer e muito provavelmente isso que me fez ficar acordada lá. Não demorou muito e, pronto, muita coisa apareceu. A partir daí, meu relato pode ficar confuso, acho que ainda não vou conseguir organizar tudo que eu vi hoje, 08 de novembro.

Muitos PMs chegaram, saindo de carros, motos, ônibus, caminhões. Apareceram helicópteros e cavalaria. Nem eu e, acredito, nem a maior parte dos presentes já tinha  visto tanto policial em ação. Estávamos em 5 pessoas na frente da reitoria. Dois estudantes que faziam parte da ocupação, eu e mais 2 amigos da minha sala, que também estavam lá por causa do JC. Assim que a PM chegou, tudo foi muito rápido.

Os alunos da ocupação que estavam com a gente sugeriram: “Corram!”, enquanto voltavam para dentro da reitoria. Os dois amigos que estavam comigo correram para longe da Reitoria, onde a imprensa ainda estava se posicionando para o show. Eu, sabe-se lá por qual motivo, joguei a minha bolsa para um dos meninos da minha sala e voltei correndo para frente da reitoria, no meio dos policiais que avançavam para o portão principal [e único] da ocupação.

Tentei tirar fotos e gravar vídeos de uma PM que estava sendo violenta com o nada, para nada. Os policiais quebravam as cadeiras no carrinho, faziam questão do barulho, da demonstração da força. Os crafts com avisos dos estudantes, frases e poemas eram rasgados, uma espécie de símbolo. Enquanto tudo isso acontecia, parte da PM impedia a imprensa de chegar perto da área, impedindo que os repórteres vissem tudo isso.

Voltando para confusão onde eu tinha me enfiado: os PMs arrombaram a porta principal, entraram (um grupo de mais ou menos 30, eu acho) e, logo em seguida, fecharam o portão. Trancaram-se dentro da reitoria com os alunos. Coisa boa não era.

Depois disso, o outro grupo de PMs, que impedia a mídia de se aproximar dessas cenas, foi abrindo espaço. Quer dizer, não só abrindo espaço, mas também começando (ou fortalecendo) uma boa camaradagem para os repórteres que lá estavam atrás de cenas fortes e certezas.

“Me sigam para cá que vai acontecer um negócio bom pra filmar ali agora”, disse um dos militares para a enxurrada de “jornalistas”.

A cena era um terceiro grupo de PMs, arrombando um segunda porta da reitoria, sob a desculpa de que queria entrar. O repórter da Globo me perguntou (fui pra perto deles depois da confusão em que me meti com os policiais no início): “Os PMs já entraram, não? Por que eles tão tentando por aqui também?”. Respondi: “sim, já entraram. E provavelmente estão fazendo essa cena pra vocês terem algum espetáculo pra filmar”.

A palhaçada organizada pelos policiais e alimentada pelos repórteres que lá estavam continuou por algumas horas. A imprensa ia contornando a reitoria, na esperança de alguma cena forte. Enquanto isso, PM e alunos estavam juntos, dentro da Reitoria, sem ninguém de fora poder ver ou ouvir o que se passava por lá. Quem tentasse entrar ou enxergar algo que se passava lá na Reitoria, dava de cara com os escudos da tropa de choque, até o fim.

Enquanto amanhecia, universitários a favor da ocupação, ou contra a PM ou simplesmente contra toda a violência que estava escancarada iam chegando. Os alunos pediam para entrar na reitoria. Eu pedia para entrar na reitoria. Tudo que todo mundo queria era saber o que realmente estava acontecendo lá dentro. A PM não levava os estudantes da ocupação para fora e o pedido de todo mundo era “queremos algo às claras”. Por que ninguém pode entrar? Por que ninguém pode sair?

Enquanto os alunos que estavam do lado de fora clamavam para entrar, eu ouvi de um grupo de repórteres (entre eles, SBT): “Não vamos filmar essas baboseiras dos maconheiros, não! O que eles pedem não merece aparecer”.

Além dos repórteres que já haviam decidido o que era verdade ou não, noticiável ou não, havia pessoas misturadas a eles, gritando contra os estudantes, xingando. Eu mesma ouvi muitas e boas como “maconheirazinha”, “raça de merda” e “marginal” .

Os estudantes que enfrentavam de verdade os policiais que faziam a “corrente” em torno da Reitoria eram levados para dentro. Em questões de segundos um estudante sumia da minha frente e era levado pra dentro do cerco. Para sabe-se lá o quê.

Lá pras 7h30, depois de muito choro, puxões e algumas escudadas na cara, comecei a ver que os PMs estavam levando os estudantes da ocupação para dentro dos ônibus. Uma menina foi levada de maneira truculenta. Essa foi a única coisa que meu 1,60m de altura conseguiu ver por trás de uma corrente da tropa de choque. Enquanto eu tentava entrar no cerco, para entender a história, a grande mídia já estava lá dentro. Fui conversar com um militar, explicar do JC. Ouvi em troca ”ai, é um jornal da USP. De estudantes, não pode. Complica”.

Os ônibus com os alunos presos saíram da USP. Uma quantidade imensa de outros alunos gritava com a PM. Eu e os dois amigos da minha sala (aqueles da madrugada) pegamos o carro e fomos para a DP.

Na DP, o sistema era o mesmo, meu cansaço e raiva só estavam maiores. Enjoo e dor de cabeça. Era o meu corpo reagindo a tudo que eu vi pela manhã. Alunos saiam de 5 em 5 do ônibus para dentro da DP. Jornalistas amontoados. Familiares chegando. Alunos presos no ônibus, sem água, sem banheiro, sem comida, mas com calor. Pelo menos por umas 3h foi assim.

Enquanto eu revia todo o horror da reintegração de posse, outras pessoas da minha sala mandavam mensagens para gente, de como a grande imprensa estava cobrindo o caso. Um ato pacífico, não é Globo? Não foi bem isso o que eu vi, nem o que o JC viu, nem o que centenas de estudantes presenciaram.

Enfim, sou contra a ocupação. Sempre tive várias críticas ao Movimento Estudantil desde que entrei na USP. Nunca aceitei a partidarização do ME [movimento estudantil]. Me decepciono com a falta de propostas efetivas e com as discussões ultrapassadas da maioria das assembléias. Mas, nada, nada mesmo, justifica o que ocorreu hoje. Nada pode ser explicação pra violência gratuita, pro abuso do poder e, principalmente, pela desumanização da PM.

Não costumo me envolver com discussões do ME, divulgar textos ou participar ativamente de algo político do meio universitário. Mas, como poucos realmente sabem o que aconteceu hoje (e eu acredito que muita coisa vai ser distorcida a partir de agora, por todos os lados), achei que valeria a pena escrever esse texto. Taí o que eu vi.

O Jornal do Campus é uma publicação de circulação interna produzida pelos alunos do 4º ano de Jornalismo da ECA (Escola de Comunicações e Artes), USP.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Crise na Grécia

*Daniel Ortega se reelege na Nicarágua com 66% de apoio**depois de devastarem a Grécia, mercados focam agora na Itália e Espanha** nesta manhã, credores escalpelavam o Tesouro italiano e o espanhol** para financiar a dívida pública, exigiam taxas de juros vários pontos acima daquela cobrada da Alemanha** neste domingo, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Roma pedindo a renúncia de Berlusconi** único debate da campanha eleitoral espanhola entre o PP de Aznar e o PSOE,de Zapatero, acontece nesta noite**confiante na vitória no dia 20, direita espanhola já fala em cortes de gastos e anuncia extinção do ministério da Cultura: a ortodoxia dispensa a criatividade e o debate.
  
TREVA EUROPÉIA

Renúncia de Papandreu leva à formação de um governo ainda mais à direita na Grécia. Espanha tem a maior taxa de desemprego do euro; país se prepara para devolver o poder ao PP de Aznar nas eleições do proximo dia 20, favorecendo a direita com brutal maioria no Parlamento. Angela Merkel preconiza mais dez anos de austeridade para a Europa sair da crise. Com a palavra, Antonio Gramsci: "A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem". E Maria da Conceição Tavares: 'Vivemos o colapso do neoliberalismo sob o tacão neoliberal: é a treva!"
(Carta Maior; 2ª feira, 07/11/ 2011)