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Professor, Advogado, Especialista em Direito Constitucional pela Escola Paulista de Direito, Pós Graduado em Direito Constitucional e Administrativo, sócio fundador da Peres e Almeida Advogados Associados, sócio fundador da Bait Iehuda Condomínios, Membro do GEA - Grupo de Estudos Avançados do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, fundador e Conselheiro Vitalício do IPAM - Instituto Paulista dos Advogados Maçons

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Édipo Rei parte 2

Continuação da postagem do dia 13/12/2010

No trecho de hoje, Édipo Rei inicia fazendo uso da razão ao determinar que se apure quem matou o Rei Laio. Solicita que lhe tragam o ancião Tirésias que domina a arte da leitura do oráculo do deus Apolo.
Tirésias avisa Édipo que as revelações do oráculo não são boas; entretanto Édipo torna-se arrogante lastreando a exacerbação de suas emoções unicamente no título que ostenta, de Rei.

Édipo esquece a razão e deixa-se levar pela emoção, momento em que o ancião lhe revela que não só ( Édipo ) matou seu pai Laio, como casou-se com Jocasta sua mãe.


Reaparece GRIPO, que sai do palácio durante a última estrofe

ÉDIPO: (Ao Corifeu.) Tu ergues tua súplica; e o que vens pedir aos deuses, a proteção e o alívio a teus males, tu obterás, sem demora, se quiseres ouvir minhas palavras, e agir como se faz mister, em face do flagelo. Estas palavras, dirijo a todos vós, cidadãos, sem que nada saiba acerca do assassínio: sou estranho ao crime, e a tudo o que dele se conta; assim, ouvi o que tenho a vos recomendar. Pouco avançaremos em nossas pesquisas, se não me fornecerdes alguns indícios. Só depois desse atentado é que fui admitido como cidadão entre vós; e por isso a todos vós, tebanos, declaro o seguinte: Quem quer que saiba quem matou Laio, filho de Lábdaco, fica intimado a vir à minha presença para mo dizer; mesmo que receie alguma conseqüência da denúncia, o criminoso que fale, antecipando uma acusação de outrem, pois nenhuma outra pena sofrerá, senão a de ser exilado do país, sem que sua vida corra perigo. Se alguém sabe que o homicida não é tebano, mas estrangeiro, não deve ocultar essa revelação, pois terá uma recompensa e o meu reconhecimento. Mas, se vós silenciais, ou se alguém, por mero temor, deixar de indicar um amigo, ou de se denunciar, eis o que ordeno que se faça, e o que ele deve saber de mim: Que nenhum habitante deste reino, onde exerço o poder soberano, receba esse indivíduo, seja quem for; e não lhe dirija a palavra, nem permita que ele participe de preces ou de holocaustos, ou receba a água lustral. Que todos se afastem dele, e de sua casa, porque ele é uma nódoa infamante, conforme acaba de nos revelar o oráculo do deus. Eis aí como quero servir à divindade, e ao finado rei. E, ao criminoso desconhecido, eu quero que seja para sempre maldito! Quer haja cometido o crime só quer tenha tido cúmplices, que seja rigorosamente punido, arrastando, na desgraça, uma vida miserável... E se algum dia eu o recebi voluntariamente no meu lar, que sobre mim recaia essa maldição e os males que ela trará! Eu vos conjuro, cidadãos!
Atendei a tudo o que vos digo, por mim, pelo deus Apolo, e por este país que perece na esterilidade e na cólera divina! Ainda que essa purificação não nos fosse prescrita pelo deus, não seria possível deixar que a cidade continuasse poluída, visto que o morto era um homem bom, e era o rei! Ao contrário, deveríamos realizar todas as pesquisas possíveis! Para tanto esforçar-me-ei agora, eu, que herdei o poder que Laio exercia, eu que tive o seu lar, que recebi sua esposa como minha esposa, e que teria perfilhado seus filhos, se ele os tivesse deixado! Sim! Por todas essas razões, como se ele fosse meu pai, tudo farei para descobrir o assassino desse filho de Lábdaco, digno descendente de Polidoro, de Cadmo e do lendário Agenor. A todos quantos se recusem a me obedecer, desejo que os deuses lhes neguem todo e qualquer fruto da terra, e prole de suas esposas; e quero que para sempre padeçam de todos os males que ora sofremos, e de outros ainda mais cruéis. E a vós tebanos, que, certamente, aprovais meus desígnios, que a Justiça vos proteja, e que todos os deuses vos sejam propícios!

CORIFEU: Eu te falarei, ó rei, conforme determinas com tuas tremendas maldições Nenhum de nós foi o matador de Laio; nenhum de nós sabe indicar quem o tenha sido! Que o deus Apolo, que ordenou essa pesquisa, possa revelar-nos quem teria, há tanto tempo já, cometido esse horrendo crime!

ÉDIPO: É justo o que dizes; mas não está em nosso poder coagir a divindade a proceder de forma contrária à sua vontade.

CORIFEU: Nova idéia proporei, além da que já disse.

ÉDIPO: E, se tens uma terceira, fala! Não deixes de a formular!

CORIFEU: Conheço alguém que, quase tanto como Apolo, sabe dos mistérios profundos! É Tirésias. Se o interrogarmos, ó príncipe, ele nos dirá claramente o que se passou.

ÉDIPO: Não esqueci esse recurso; a conselho de Creonte mandei dois emissários procurá-lo. Admira-me que ainda não tenham chegado.

CORIFEU: Todos os rumores que outrora circulavam eram frívolos e antiquados.

ÉDIPO: Que rumores? Eu estimaria conhecer tudo o que então se acreditava.

CORIFEU: Diziam que Laio foi morto por uns viajantes.

ÉDIPO: Também isso ouvi dizer; mas não apareceu uma só testemunha ocular.

CORIFEU: Por muito pouco sensível que o assassino seja ao temor, quando souber da maldição terrível que proferiste, não resistirá!

ÉDIPO: Quem não receou cometer um crime tal, não se deixará impressionar por simples palavras.

O CORO: Acaba de chegar quem tudo nos vai descobrir! Trazem aqui o divino profeta, o único, entre todos os homens, que sabe desvendar a verdade!

Entra TIRÉSIAS, velho e cego, guiado por um menino.

Escoltam-no dois servidores de ÉDIPO.

EDIPO:  Ó Tirésias, que conheceis todas as coisas, tudo o que se possa averiguar, e o que deve permanecer sob mistério; os signos do céu e os da terra... Embora não vejas, tu sabes do mal que a cidade sofre; para defendê-la, para salvá-la, só a ti podemos recorrer, ó Rei!" Apolo, conforme deves ter sabido por meus emissários, declarou a nossos mensageiros que só nos libertaremos do flagelo que nos maltrata se os assassinos de Laio forem descobertos nesta cidade, e mortos ou desterrados. Por tua vez, Tirésias, não nos recuses as revelações oraculares dos pássaros, nem quaisquer outros recursos de tua arte divinatória; salva a cidade, salva a ti próprio, a mim, e a todos, eliminando esse estigma que provém do homicídio. De ti nós dependemos agora! Ser útil, quando para isso temos os meios e poderes, ë a mais grata das tarefas!

TIRÉSIAS: Oh! Terrível coisa é a ciência, quando o saber se toma inútil! Eu bem assim pensava; mas creio que o esqueci, pois  do contrário não teria consentido em vir até aqui.

ÉDIPO: Que tens tu, Tirésias, que estás tão desalentado?

TIRÉSIAS: Ordena que eu seja reconduzido a minha casa, ó rei. Se me atenderes, melhor será para ti, e para mim.

ÉDIPO: Tais palavras, de tua parte, não são razoáveis, nem amistosas para com a cidade que te mantém, visto que lhe recusas a revelação que te solicita.

TIRÉSIAS: Para teu benefício, eu bem sei, teu desejo é inoportuno. Logo, a fim de não agir imprudentemente...

ÉDIPO: Pelos deuses! Visto que sabes, não nos ocultes a verdade! Todos nós, todos nós, de joelhos, te rogamos!

TIRÉSIAS: Vós delirais, sem dúvida! Eu causaria a minha desgraça, e a tua!

ÉDIPO: Que dizes?!... Conhecendo a verdade, não falarás? Por acaso tens o intuito de nos trair, causando a perda da cidade?

TIRÉSIAS: Jamais causarei tamanha dor a ti, nem a mim! Por que me interrogas em vão? De mim nada ouvirás!

ÉDIPO: Pois quê! Ó tu, o mais celerado de todos os homens! Tu irritarias um coração de pedra! E continuarás assim, inflexível e inabalável?

TIRÉSIAS: Censuras em mim a cólera que estou excitando, porque ignoras ainda a que eu excitaria em outros! Ignoras... e, no entanto, me injurias!

ÉDIPO: Quem não se irritaria, com efeito, ouvindo tais palavras, que provam o quanto desprezas esta cidade!

TIRESIAS: O que tem de acontecer, acontecerá, embora eu guarde silêncio!...

ÉDIPO: Visto que as coisas futuras fatalmente virão, tu bem podes predizê-Ias!

TIRÉSIAS: Nada mais direi! Deixa-te levar, se quiseres, pela cólera mais violenta!

ÉDIPO: Pois bem! Mesmo irritado, como estou, nada ocultarei do que penso! Sabe, pois, que, em minha opinião, tu foste cúmplice no crime, talvez tenhas sido o mandante, embora não o tendo cometido por tuas mãos. Se na fosse cego, a ti, somente, eu acusaria como autor do crime.

TIRÉSIAS: Será verdade? Pois EU! EU é que te ordeno que obedeças ao decreto que tu mesmo baixaste, e que, a partir deste momento, não dirijas a palavra a nenhum destes homens, nem a mim, porque o ímpio que está profanando a cidade ÉS TU!

ÉDIPO: Quê? Tu te atreves, com essa impudência, a articular semelhante acusação, e pensas, porventura, que sairás daqui impune?

TIRÉSIAS: O que está dito, está! Eu conheço a verdade poderosa!

ÉDIPO: Quem te disse isso? Com certeza não descobriste por meio de artifícios!

TIRESIAS: Tu mesmo! Tu me forçaste a falar, bem a meu pesar!

ÉDIPO: Mas, que dizes, afinal? Não te compreendo bem! Vamos! Repete tua acusação!

TIRESIAS: Afirmo QUE ÉS TU o assassino que procuras!

EDIPO: Oh! Não repetirás impunemente tão ultrajante acusação!

TIRÉSIAS: Será preciso que eu continue a falar, provocando ainda mais tua cólera?

ÉDIPO: Fala o quanto quiseres... O que dizes, de nada valerá.

TIRÉSIAS: Pois eu asseguro que te uniste, criminosamente, sem o saber, àqueles que te são mais caros; e que não sabes ainda a que desgraça te lançaste!

ÉDIPO: Crês tu que assim continuarás a falar, sem conseqüências?

TIRÉSIAS: Certamente! Se é que a verdade tenha alguma força!

ÉDIPO: Sim! Ela a tem; mas não em teu proveito! Em tua boca, ela já se mostra fraca... Teus ouvidos e tua consciência estão fechados, como teus olhos.

TIRÉSIAS: E és tu, ó rei infeliz! - que me fazes agora esta censura... mas um dia virá, muito breve, em que todos, sem exceção, pior vitupério hão de formular contra ti!

ÉDIPO: Tu vives na treva... Não poderias nunca ferir a mim, ou a quem quer que viva em plena luz.

TIRÉSIAS: Não é destino teu cair vítima de meus golpes. Apolo para isso bastará, pois tais coisas lhe competem.

ÉDIPO: Isso tudo foi invenção tua, ou de Creonte?

TIRÉSIAS: Creonte em nada concorreu para teu mal; tu somente és teu próprio inimigo.

ÉDIPO: Ó riqueza! Ó poder! Ó glória de uma vida consagrada à ciência quanta inveja despertais contra o homem a quem todos admiram! Sim! Porque do império que Tebas pós em minhas mãos sem que eu o houvesse pedido, resulta que Creonte, meu amigo fiel, amigo desde os primeiros dias, se insinua sub-repticiamente sob mim, e tenta derrubar-me, subornando este feiticeiro, este forjador de artimanhas, este pérfido charlatão que nada mais quer, senão dinheiro, e que em sua arte é cego. Porque, vejamos: dize tu, Tirésias! Quando te revelaste um adivinho clarividente? Por que, quando a Esfinge propunha aqui seus enigmas, não sugeriste aos tebanos uma só palavra em prol da salvação da cidade? A solução do problema não devia caber a qualquer um; tomava-se necessária a arte divinatória. Tu provaste, então, que não sabias interpretar os pássaros, nem os deuses. Foi em tais condições que eu aqui vim ter; eu, que de nada sabia; eu, Édipo, impus silêncio à terrível Esfinge; e não foram as aves, mas o raciocínio o que me deu a solução. Tentas agora afastar-me do poder, na esperança de te sentares junto ao trono de Creonte!... Quer me parecer que a ti, e a teu cúmplice, esta purificação de Tebas vai custar caro. Não fosses tu tão velho, e já terias compreendido o que resulta de uma traição!

CORIFEU: A nosso ver, ó Rei, tanto tuas palavras, como as de Tirésias, foram inspiradas pela cólera. Ora, não se trata agora de julgar esses debates; o que urge é dar cumprimento ao oráculo de Apoio.

TIRÉSIAS: Se tu possuis o régio poder, ó Édipo, eu posso falar-te de igual para igual! Tenho esse direito! Não sou teu subordinado, mas sim de Apoio; tampouco jamais seria um cliente de Creonte. Digo-te, pois, já que ofendeste minha cegueira, - que tu tens os olhos abertos ã luz, mas não enxergas teus males, ignorando quem és, o lugar onde estás, e quem é aquela com quem vives. Sabes tu, por acaso, de quem és filho? Sabes que és o maior inimigo dos teus, não só dos que já se encontram no Hades, como dos que ainda vivem na terra? Um dia virá, em que serás
expulso desta cidade pelas maldições maternas e paternas. Vês agora tudo claramente; mas em breve cairá sobre fi a noite eterna. Que asilo encontrarás, que não ouça teus gemidos? Que recanto da terra não vibrará com tuas lamentações quando souberes em que funesto consórcio veio terminar tua antiga carreira? Tu não podes prever as
misérias sem conta que te farão igual, na desdita, a teus filhos. E agora... podes lançar toda a infâmia sobre mim, e sobre Creonte, porque nenhum mortal, mais do que tu, sucumbirá ao peso de tamanhas desgraças!

ÉDIPO: Quem poderá suportar palavras tais? Vai-te daqui, miserável! Retira-te, e não voltes mais!

TIRESIAS: Eu não teria vindo, se não me chamasses!

ÉDIPO: Nunca pensei que viesses aqui dizer tantas tolices; do contrário, não te mandaria buscar!

TIRÉSIAS: Tu me consideras tolo; mas para teus pais -- os que te deram a vida - eu sempre fui ajuizado.

ÉDIPO: Que pais? Espera um momento!... Dize: quem me deu a vida?

TIRÉSIAS: Este dia mesmo far-te-á sabedor de teu nascimento, e de tua morte!

ÉDIPO: Como é obscuro e enigmático tudo o que dizes!

TIRÉSIAS: Não tens sido hábil na decifração de enigmas?

ÉDIPO: Podes insultar-me... Hás de me engrandecer ainda.

TIRÉSIAS: Essa grandeza é que causa tua infelicidade!

ÉDIPO: Se eu já salvei a cidade... O mais, que importa?

TIRÉSIAS: Eu me retiro. Ó menino! Vem guiar-me!

ÉDIPO: Sim... é prudente que ele te leve! Tua presença me importuna; longe daqui não me molestarás.

TIRÉSIAS: Vou-me embora, sim; mas antes quero dizer o que me trouxe aqui, sem temer tua cólera, porque não me podes fazer mal. Afirmo-te, pois: o homem que procuras há tanto tempo por meio de ameaçadoras proclamações, sobre a morte de Laio, ESTA AQUI! Passa por estrangeiro domiciliado, mas logo se verá que é tebano de nascimento, e ele não se alegrará com essa descoberta. Ele vê, mas tomar-se-á cego; é rico, e acabará mendigando; seus passos o levarão à terra do exílio, onde tateará o solo com seu bordão. Ver-se-á, também, que ele é, ao mesmo tempo, irmão e pai de seus filhos, e filho e esposo da mulher que lhe deu a vida; e que profanou o leito de seu pai, a quem matara. Vai, Édipo! Pensa sobre tudo isso em teu palácio; se me convenceres de que minto, podes, então, declarar que não tenho nenhuma inspiração profética.
(Sai TIRÉSIAS)

ÉDIPO entra no palácio

O CORO
Quem será o infeliz a quem o rochedo fatídico de Delfos designa como autor dos mais monstruosos crimes?
Eis o momento em que ele deveria fugir, mais veloz que os rápidos cavalos, e mais impetuoso que a tempestade! Porque, armado com os raios fulminantes, Apolo, filho de Júpiter, já se atira contra ele, perseguido pelas inexoráveis Fúrias.
Do nevoento Pamaso acaba de chegar até nós um brado horrível: que todos persigam, pelo rasto que deixa, esse criminoso desconhecido; ele vagueia pelas florestas, esconde-se nas cavernas, ou galga as montanhas como um touro acuado. Infeliz, sua corrida insana isola-o cada vez mais dos homens; em vão procura fugir aos oráculos que nos vêm, do centro do mundo, e que, eternamente vivos, esvoaçam em tomo dele...
Terríveis, - sim! - terríveis são as dúvidas que me causam as palavras do hábil adivinho. Não sei se ele está, ou não, com a verdade; não atino o que deva pensar a respeito... Meu espírito vacila, incerto, sem compreender o passado, nem o presente.
Que conflito pode haver entre os filhos de Lábdaco e os de Políbio?
Nem outrora, nem hoje, nada soubemos que forneça uma prova contra a honorabilidade de Édipo, e que nos leve a vingar, em favor dos Labdácidas, um crime cujo autor se ignora!
Mas Júpiter e Apoio são clarividentes; eles conhecem as ações dos mortais; que um adivinho saiba, a tal respeito, mais do que nós, isso é que nada nos garante; só pela inteligência pode um homem sobrepujar a outro. Enquanto não se justificar a afirmação do adivinho, não apoiarei os que acusem Édipo. Porque foi perante todos que outrora veio contra ele a virgem alada"; vimos bem o quanto ele é inteligente, e foimediante essa prova magnífica que ele se tomou querido pela cidade.
Assim, meu espírito nunca o acusará de um crime!



... continua dia 27/12/2010


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