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Professor, Advogado, Especialista em Direito Constitucional pela Escola Paulista de Direito, Pós Graduado em Direito Constitucional e Administrativo, sócio fundador da Peres e Almeida Advogados Associados, sócio fundador da Bait Iehuda Condomínios, Membro do GEA - Grupo de Estudos Avançados do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, fundador e Conselheiro Vitalício do IPAM - Instituto Paulista dos Advogados Maçons

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EM APENAS 2 MINUTOS JORNALISTA TRAÇA O PERFIL DO MISERÁVEL

É inacreditavel o vídeo postado no you tube, disponibilizado abaixo, mostrando a forma como a pessoa chamada Luiz Carlos Prates enxerga aquilo que ele entende por pessoa pobre, e como se sente superior ao cidadão comum.

De início se verifica que ele parece ter um único conceito do que seja pobreza, já que classifica como miserável aquele cidadão, trabalhador, que com dignidade financia o seu automóvel, paga o IPVA e tem tanto direito de usufruir do objeto adquirido quanto ele ( fato que ele não consegue aceitar, o que fica muito claro no vídeo ).

Parece desconhecer que existem vários tipos de pobreza, a financeira, a cultural, a de espírito, a de sentimento, aquela que se sobressai no exercício de um ofício, e por ai vai.

Em incríveis dois minutos, conforme você verá no vídeo abaixo, ele se posiciona contrário ao cidadão pobre que utilizou a BR 101 no mesmo dia que ele ( de certo queria utiliza-la sozinho ).

Chama de miserável o cidadão que paga ( às custas de muito trabalho ) as prestações do seu automóvel; e, de forma ridícula tenta fazer da leitura de um livro o pressuposto para que um cidadão possa dirigir.

Sua persuasão é tão primária que qualquer pessoa leiga sabe que o pressuposto para dirigir já se encontra na legislação, ou seja, é a habilitação. Se ele quiser modificar este pressuposto, basta aprovar um projeto de lei modificando a legislação para inclusive indicar quais livros devam ser lidos...hahahá.

Ao que parece, o "doutor biblioteca" desconhece que muitas daquelas pessoas que nunca leram um livro, levantam as 5:00 horas da manhã e retornam aos seus lares as 21:00, pois estavam trabalhando, e neste ponto fica nítida a frustração  daquele que pretende desclassificar a moradia, os sentimentos e a família do trabalhador. Por qual motivo ele se acha mais digno do que o cidadão que mora na Cohab por exemplo? Qual o parâmetro de dignidade que ele utiliza?

Ele atribui ao cidadão pobre o sentimento da frustração ( e enquanto defende seu pensamento mostra-se pessoa frustrada com a acensão social alheia ), afirmando que "o  miserável " é um frustrado que não suporta a mulher, o lar, e sai para se distrair; como se o rico fosse uma pessoa calma, comedida, que ama sua mulher e filhos e esquece que a maioria dos casos extra conjugais surgem na classe financeiramente dominante ( até mesmo pela possibilidade financeira de manter vários relacionamentos ). 

Em sua manifestação ele esconde que a maioria dos acidentes fatais é provocada por jovens playboyzinhos drogados ( que embora não representem a classe financeira abastada, fazem parte dela ) que também nunca leram um livro. A diferença é que esses playboyzinhos drogados tiveram a oportunidade de ler, e não o fizeram porque em suas mentes não pensam que nasceram em berço de outro e sim acreditam que nasceram em ventres de ouro, o que é ainda pior, no mínimo por dois motivos: a) primeiro porque não existe ventre de outro e talvez para eles isto seja uma novidade, porém não posso deixar de alerta-los a isso;  b) segundo porque quem nasce pobre não escolheu nascer pobre.

Uma coisa é certa, ele sendo morador do Estado de Santa Catarina ( e eu conheço todo o litoral do Estado de Santa Catarina local da BR 101 ) deve sentir saudades das épocas em que algumas praias daquele Estado eram fechadas por milhonários que impediam o acesso da população local pobre e trabalhadora, e hoje juntamente com outros não se conforma com o posicionamento da Justiça que através de ações movidas pelo Ministério Público vem conseguindo a liberação destes locais  à nós pobres miseráveis. 

Quando estive em Santa Catarina em 2005 me recordo que nem eu, nem a população local podiamos ter acesso a uma praia chamada "Praia Vermelha" e sei que hoje o acesso é liberado. Com certeza não graças ao "doutor biblioteca", que ao falar tanto em livros, talvez tenha lido alguns, cujo título sequer interessa a este ser pensante que aqui escreve pois por opção nunca entrariam na minha estante, e também não devem entrar na sua, leitor crítico dos fatos. 

Literaturas que fomentam o preconceito e fazem com que pessoas de mentes infantis, e frustradas com a acensão do pobre, acreditem ser melhor do que os outros porque leram um livro ou porque compraram um automóvel à vista e não a prazo, é um tipo de literatura que na minha casa encontram um caminho certo e seguro,  a lixeira que fica na entrada do quintal.

 Iehuda Henrique Peres

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